sábado, 19 de março de 2011

só porque sim, não

não tens de dizer amo-te só porque podes. eu quero que seja mais do que uma simples articulação das palavras que disparas num olhar desviado. uma realização de sonhos contidos, acumulados ao longo de tempos inimagináveis. eu quero que tu queiras verdadeiramente querer e ter vontade de o fazer, para que se torne um dos momentos mais sinceros de toda a tua história. tornas-te assim um imponente monumento a  este sentimento mútuo na minha memória. não tens de o fazer, não exijo de ti algo tão radical quando estamos tão bem neste nosso mar estagnado. mas, a fazê-lo, fá-lo bem! com todo o teu carisma e esplendor, eleva-te à margem do sol e suspira-me melodias. conta-me fábulas maravilhosas de mundos fantásticos, onde só entra quem possui a chave da ilusão e do amor a dois. oferece-me uma caixa de caixas com caixas pequenas, onde cada caixa possui mais caixas e cada vez mais diminutas. que cada uma, se nada mais restar, seja uma bela história que se tornou memória sem qualquer sombra de glória. o teu falar é um beijo, o teu beijo é recordação, a recordação és tu e tu és coração. então fala, a alto e em bom tom, mas fala com a certeza de que a certeza é mais do que uma dúvida na palavra, é uma certeza de que a certeza é a mais pura verdade, nunca a falsa da vaidade.