domingo, 13 de março de 2011

seis dias no fundo do oceano

isto de ir sem partir,
chegar e não sair,
tem momento próprio,
um regime abonatório.

quem foge, se esconde,
as palavras confunde,
num mar parado,
é um barco estagnado.

explorar um mundo novo,
abandonar porto covo,
desgraça que se avizinha
para ti, oh rainha!

chove agora e parou,
a ferida que nunca sarou,
a mentira que cresceu,
o homem envelheceu.

alguém fugiu,
o coração não sorriu,
o piano ainda toca,
a câmara já não foca.

faz calor, faz frio,
escreve uma carta ao desafio,
eleva-te à glória,
eterna memória.

é ir e não partir,
ficar e não sair,
coragem sem causa,
dor que não pausa.

jamais verá o adeus,
dançará nos coliseus,
tudo será céu,
o amor adormeceu.